Henry Mill era um compenetrado senhor inglês, que passou parte de sua vida na tentativa de encontrar um novo sistema de escrita mais veloz e muito mais claro que aquele feito a mão. Em 1714, conseguiu obter patente para um engenho mecânico, que permitia imprimir a escrita sobre uma folha de papel, por meio de alavancas. A história da mecânica para descrever pode, por assim dizer, tomar aquela data como ponto de partida, mas se passou quase um século antes que o sonho de Henry Mill tomasse forma concreta. Diga-se, também, que as primeiras máquinas eram um tanto embaraçantes, complicadas e barulhentas, pois não foram fabricadas pensando-se que devessem servir para tornar a escrita mais clara e legível, mas para servir de auxílio aos cegos, os quais sentados diante desta espécie de piano, podiam levantando alavancas dotadas de caracteres tipográficos, formar no papel, um pensamento.
Foi somente cerca de 1810 que se começou a conceber a idéia de que tal máquina poderia ser, também, utilmente usada pelas pessoas que vêem. Na América e na França, a iniciativa teve êxito. William Austin Burth obteve patente para um modelo que se chamou Typograph.
Alguns anos depois, o francês Progrin inventava um tipo de máquina em que, em lugar das alavancas com os caracteres tipográficos, martelinhos batiam, através de uma fita copiativa, sobre um cilindro central.
Um advogado de Novara, Giuseppe Ravizza, fabricou uma máquina de escrever em que o teclado permanecia fixo, enquanto, um carrinho movimentava-se com a folha de papel. A esse aparelho se chamou "címbalo escrivão".
Mas devemos citar também o nosso patrício, Padre Francisco João Azevedo, da Paraíba, que, em 1861, apresentou, na Exposição das Províncias do Norte, no Rio de Janeiro, o seu Mecanógrafo, recebendo do Imperador D. Pedro II uma medalha de ouro. Ao mesmo tempo, na América, o rico armeiro Remington, construiu uma máquina de escrever segundo o modelo idealizado por um tipográfico genial, Sholes.
Desde essa época, a máquina progrediu muito e difundiu-se. Mas os tipos eram ainda miúdos e a escrita invisível, porque os martelinhos batiam na parte inferior do cilindro, ao passo que o invento de Ravizza, modelo 16, apresentava escrita visível. Daí por diante, as mais importantes nações da Europa e da América instalaram fábricas para a produção de máquinas de escrever em vasta escala, com a mesma disposição dos tipos no teclado (teclado universal).
Chegou-se, assim, ao começo do século XX e, até hoje, já foram criados muitíssimos modelos de máquina com aperfeiçoamentos sempre melhores, no intuito de tornar a máquina de escrever sempre mais veloz, prática, manuseável, silenciosa, elegante e ao alcance de todos. Outras máquinas de escrever, de tipos moderníssimos, são as empregadas para contabilidade e para cálculos: máquina estenográfica; a telescrevente; a criptográfica (que traduz mensagens cifradas).