Os Vulcões

 

Os antigos povos itálicos, quando ainda a ciência não tinha apresentado uma explicação saisfatória sobre os vulcões, supunham que as erupções do Etna, na Silícia, fossem provocados por um deus potente e misterioso, Vulcano, que, oculto nas víceras daquele monte, forjava raios para Júpiter e outros deuses. Nós mesmos, após tantos séculos, ficamos perplexos e impotentes, infelizmente, diante dessas estranhas montanhas que fervem continuamente e regurgitam, de quando em quando, material incandescente e abrasador.

No interior da Terra, de fato, encontra-se a magma, que é constituída de substâncias em estado de fusão e a altíssimas temperaturas, que, solidificadas, constituem a crosta terrestre. Quando a pressão interna atinge o máximo, a magma procura uma saída para o exterior, despejando-se através de um vulcão já existente ou através de um novo, que a massa em fogo faz abrir na superfície terrestre. Da abertura do vulcão, que recebe o nome de cratera, saem lapili, lava materiais sólidos e fluidos; recaindo em redor da abertura, eles se depositam e constituem o cone vulcânico. Este último pode alcançar dimensões notáveis, pois bastas dizer, por exemplo, que o Fuji-Yama no Japão, atinge 3778 metros de altura.

Nem todos os vulcões são ativos, ou seja, sujeitos a erupções; alguns, até, conservam-se tranqüilos desde épocas imemoráveis e revelam sua natureza vulcânica somente por fontes termais ou emanação de gás. Este estado de calma pode durar, também, séculos e não é raro o caso de despertar de improviso e de catástrofes súbitas, como no caso do Vesúvio, que, em 79 d.C., destruiu a cidade de Pompéia.

A erupção, em geral, é precedida de um forte estrondo, que prenuncia às populações apavoradas a iminente calamidade. Depois de pouco tempo, uma nuvem densíssima e escura de vapores e cinzas, que, pela forma característica semelhante à copa do pinheiro marítmo, é chamada pinheiro vulcânico, irrompe ameçeadora da cratera: cinzas e lapili são projetadas pelo ar, enquanto, da cratera escancarada, borbulha a lava, semelhante a uma forte torrente. Este material fluido e calidíssimo desce pelos flancos da montanha arrasando e destruindo aldeias inteiras. Cessada a catastrófica emissão de lava, o vulcão volta lentamente ao estado de repouso, emitindo, como último resíduo de sua ira, as fumarolas, compostos de vapor áqueo e gases diversos.

Impressionante foi a erupção do vulcão Pelée, na Martinica. Os ilhéus viram sair lentamente da cratera uma gigantesca camada de lava da altura de 200 metros, depois, imprevistamente, um lado do cone vuilcânico se abriu e uma nuvem ardente, rolando ao longo do declive da montanha, caiu sobre a cidade de Saint Pierre, semeando, em poucos instantes, destruição e morte.

Os vulcões ativos e calmos são numerosos.

Um verdadeiro anel de fogo cinge o Oceano Pacífico: no arquipélago das ilhas Havaí, conhecidas pela sua beleza, ergue-se, majestoso, o Mauna-Loa. Do alto dos seus 5.500 metros, domina as cálidas plantações mexicanas o vulcão Orizaba; no Equador eleva o cume do Chimborazo, já extinto e encapuçado de neve. Ainda em 1965, o Chile, zona de vulcões menores, viu, em poucos minutos, várias de suas aldeias de seu litoral completamente desaparecidas com erupções e maremotos. outros aparatos vulcânicos encontram-se ativos ou extintos na África e até na Antártica, fria região polar, despida de vida.