A mineração

A descoberta de ouro iniciou uma nova época para o Brasil. A riqueza trazida pelo ouro fez surgir cidades importantes e foi responsável por grandes mudanças na vida da colônia.

 

As cidades do ouro

As notícias da descoberta de ouro atraíram milhares de pessoas para a região das minas. Gente de todo o Brasil e também de Portugal dirigia-se para lá. Com os mineradores, chegavam numerosos escravos negros e índios.

Esse povoamento intenso, ligado ás minas e ao comércio do ouro, deu origem a muitas cidades, vilas e povoados. São João del-Rei e Mariana chegaram a ter quase 10 000 habitantes cada uma. Vila Rica, atual Ouro Preto, atingiu uma população de 30 000 pessoas.

Vila Rica era a cidade mais importante da área de mineração. Nela viviam os mais ricos comerciantes, os homens de maior cultura, os mais poderosos exploradores de minas. Até hoje Ouro Preto guarda lembranças desse passado de riquezas.

 

A administração das minas

O governo português exerceu um controle muito rigoroso sobre o ouro encontrado no Brasil. O ouro era um produto fácil de ser escondido e contrabandeado. Para evitar que os mineradores ficassem com o ouro e deixassem de entregar ao governo a parte que ele exigia, foram tomadas várias medidas pela Coroa portuguesa.

A primeira delas foi a criação da Intendência das Minas, isto é, um grupo de funcionários nomeados pelo rei para exercer as seguintes funções:

- organizar a mineração;

- cobrar o quinto, isto é, a quinta parte de todo o ouro encontrado, que deveria ser entregue como imposto ao rei;

- fiscalizar a produção do ouro para que não houvesse contrabando.

Posteriormente, para facilitar a cobrança do quinto, foram criadas as Casas de Fundição. Por lei, os mineradores deveriam levar todo o ouro que encontrassem — em pó — á Casa de Fundição. Ali ele era derretido e transformados em barras marcadas com o selo real. Antes de fazer as barras, os funcionários da Casa de Fundição retiravam um quinto do ouro. Portanto, quando os donos recebiam de volta seu ouro transformado em barras, o quinto exigido pelo governo português já havia sido cobrado.

Toda mina encontrada pertencia ao rei de Portugal. Por isso, quem fizesse algum achado deveria comunicar imediatamente à Intendência, que dividia a área entre os interessados na exploração das minas.

Ainda com o objetivo de controlar melhor a exploração do ouro, em 1763 a capital do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro. Assim a sede da administração geral do Brasil ficava mais próximo da região mineradora e se localizava na cidade em que estava o porto por onde saía a produção de ouro.

 

Lavras e faisqueiras

A exploração de ouro era feita de duas formas principais:

Faisqueiras: eram depósitos superficiais de ouro, que acabavam muito depressa. Nesse tipo de exploração, o equipamento empregado era bastante rudimentar. O trabalho era realizado por pequenos grupos.

Lavras: eram as minas mais importantes que ocupavam grande número de escravos e empregavam equipamentos complexos.

 

A descoberta de diamantes

Na região do Tijuco, onde hoje fica a cidade de Diamantina, foram encontrados diamantes. O controle da produção de diamantes foi mais rigoroso do que o da produção do ouro, pois as pedras preciosas eram mais fáceis de serem contrabandeadas. O governo português, além de só confiar a exploração de diamantes a determinadas pessoas, criou o Distrito Diamantino; ninguém entrava nele nem saía de lá sem autorização do superintendente.